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Mensagem de Março/2017
Mensagem de Março/2017

A visita domiciliar

Na mensagem de janeiro deste ano, vimos a importância do cumprimento da Regra para o progresso de uma Conferência. Hoje vou abordar outro ponto central de nossa atividade vicentina: a visita. Sabemos que, no dia em que tiveram a inspiração de fundar uma Conferência de Caridade, Ozanam e August Le Taillandier foram visitar uma pessoa Pobre do bairro, levando a ela um feixe de lenhas. Como Ozanam dizia, “é preciso unir a palavra à ação”...

Um dos deveres do vicentino é “Participar ativamente das reuniões da Conferência e visitar regularmente os assistidos em seus domicílios.” (Regra, Artigo 18, Inciso II). Através da visita, entramos em contato pessoal com os que sofrem e podemos ajudá-los em suas necessidades materiais e espirituais, pois “A visita domiciliar é uma forma de evangelização, não podendo ser restrita a mero atendimento material” (Regra, Artigo 79, § 2).

O vicentino dever servir com esperança e alegria, procurando ser amigo daqueles a quem visita. Para melhor desempenharmos nossa visita, algumas dicas são importantes:

Preparação: quando vai fazer uma visita, o vicentino deve rezar ao Espírito Santo, para que o inspire e guie em seus atos (Regra, parte I, 1.7). Se for uma visita de sindicância (levantamento da situação da família), é aconselhável que a visita não seja previamente combinada, como nos orienta o saudoso confrade Furtado de Menezes (Cartas Vicentinas, “O Diário”, 18/06/1939), evitando que possivelmente a pessoa se prepare para se mostrar mais necessitado do que realmente é...

Durante a visita: ao entrarmos numa casa, cumprimentemos todos os presentes; sendo a primeira vez, é bom que nos identifiquemos como membros da Sociedade de São Vicente de Paulo. É importante saber ouvir com paciência, e perguntar sobre aspectos da vida daquela família, como frequência dos filhos à escola, catequese; buscar orientar a família sobre possíveis benefícios sociais a quem tem direito, e outros.  Importante ainda é haver momentos de oração e evangelização, sempre, porém, respeitando a religião do outro, pois a SSVP busca ajudar a todas as pessoas necessitadas, sem nenhum tipo de discriminação (Regra, parte I, 1.4). Nossa visita aos doentes não deve ser demorada: o doente tem horários para tomar remédios, banho, alimentar-se; às vezes pode estar incomodado em ficar muito tempo na mesma posição, mas não pode virar-se para ter de nos dar atenção. O lema da SSVP é servir com esperança, portanto é bom abster-se de trazer à tona assuntos de natureza pessimista, ou fazer comparações com outras pessoas na mesma situação.

Após a visita: nas reuniões, o vicentino deve levar o resultado de sua visita semanal. É importante nas sindicâncias que os dados sobre a família visitada sejam bem detalhados, pois isso será decisivo na hora de se adotá-la como assistida ou mesmo prestar um auxílio eventual.

Houve uma época nas conferências em que se dizia – no momento de distribuir as visitas: “vamos distribuir as indulgências!”. Nos anos 1980, em nossa Conferência Santo Antônio, também havia tal tradição. Neste contexto – por uma excelente metonímia –“indulgência” queria dizer “visita”...

 

Antônio Gonçalves Hudson.